Já que “Eu te amo” nunca é suficiente, tentei ser mais específica:
Mãe, para mim, era uma porta aberta no meio da madrugada, onde eu me escondia nas noites de pesadelo. Era um beijo de boa noite que às vezes demorava, mas sempre vinha. Era a voz que me contava aventuras quando faltava luz e que consolava meus joelhos ralados. Mãe era o guarda-sol pelo qual eu me guiava nos dias de praia cheia e chá de limão com mel nos dias de resfriado. Lembro de sentar na pia do banheiro para ela pintar minhas bochechas nas festas juninas e de procurar o seu rosto nas arquibancadas no meio das apresentações do colégio.
Eu quis pintar o cabelo, ela me ajudou. Eu quis morrer de amor, ela me acudiu. Eu quis mudar de cidade, mudar de país, mudar de carreira, ela disse vai. Mãe é pra onde corro pra comemorar minhas vitórias e eu volto quando eu perco as esperanças. É a conversa que alivia a minha culpa e a minha dor e cabeça. Mãe é onde eu me sinto mais compreendida e amada. Mãe é a metade que eu tenho fora de de mim.